Introdução ao estudo da Bioética

Vivemos numa época de grande progresso técnico e cientifico, em que a tecnologia nos ajuda a superar nossas dificuldades e deficiências.

Como consequência positiva desse progresso, dispomos de muito mais facilidade que nossos pais ou avós, e o nosso conforto é maior. Devido ao desenvolvimento alcançado pela medicina, a dor física pode ser amenizada, descobriu?se a cura para muitas doenças e a expectativas de vida aumentou.

Porém, nem todas as práticas médicas ou avanços tecnológicos podem ser considerados igualmente bons ou éticos, muitas vezes, são contrários à vida e à dignidade do ser humano.

Essa era a grande preocupação do papa João Paulo II,

Quando afirmou que “a marca da nossa sociedade é o divórcio entre ciência e moral”. sua afirmativa, chamou–nos a questionar nossa sociedade? egoísta, erotizada, que vive numa cultura de morte, para transformá?la de tal modo que passamos viver e celebrar a cultura da vida.

Portanto, é nossa missão defender a vida e ressaltar a dignidade do ser humano. Para que isso aconteça, é necessária uma ciência que estude em profundidade a conduta humana, no ponto de vista de uma reflexão moral, unida à biologia e à medicina.

Esta ciência é a BIOÉTICA.

Essa palavra originária do grego, bios (vida) e ethos (relativos à ética), foi criado pelo oncologista norte?americano Van Ressenlaer Potter, da universidade de Wisconsin, em seu livro Bioética:? Ponte para o Futuro, lançado em 1971.

No mesmo ano, houve um enorme crescimento dessa ciência com o médico obstetra holandês André Hellegers, da Universidade de Georgetown.

Portanto, a bioética é uma ciência relativamente nova. É uma associação de diversas disciplinas comprometidas com ávida:? humana, vegetal e animal da qual participam:? Biólogos.

Botânicos, Veterinários, Médicos, Dentistas, Enfermeiros, Psicólogos, Advogados, Assistentes Sociais, teólogos, sociólogos, enfim, uma equipe multidisciplinar.

 

Correntes da bioética

  • Liberal – Radical
  • Pragmatista
  • Sociobiológica ou naturalística
  • Personalista

 

1) Liberal-radical

Absolutiza a liberdade individual e não leva em conta que a pessoa humana é limitada. Portanto, não reconhece o outro como um ser humano que merece ser respeitado.

Por não ter essa percepção, essa corrente “ética” se predispõe ao egoísmo, que leva a grandes arbitrariedades.

 

2) Pragmatista

Baseia? se no princípio do “custo-beneficio” e na ótica utilitarista. O valor da pessoa está na sua “utilidade social”, e se perde de vista o seu valor transcendente. A pessoa é útil enquanto “produz”. Portanto, o idoso, o deficiente, a criança não nascida, o doente incurável não são “úteis” para a sociedade, como força de trabalho. Por isso, ela é a favor do suicídio assistido, da eutanásia, do aborto de fetos malformados.

 

3) Sociobiológica ou Naturalística

Afirma que “tudo evolui” em função do “bem da espécie “e em função do “bem do gene”. Consequentemente, a moral deve estar subordinada ao avanço do progresso biológico, social e científico.

Por trás dessas três mentalidades distorcidas, está a defesa de interesses egoístas e a soberba intelectual de alguns que pretendem ocupar o lugar de Deus, esquecendo?se de que somente Ele é o autor da vida.

São correntes que dissociam a liberdade da responsabilidade.

 

4) Personalista

É a corrente de pensamento adotado pela igreja católica. características:?

  • Respeita a sacralidade da vida humana, criada à imagem e semelhança de Deus;
  • Olha o homem como pessoa dotada de uma alma espiritual e imortal;
  • Não rejeita os avanços da ciência (medicina), mas distingue, cuidadosamente, entre os bons, os maus e os indiferentes;
  • Preocupa?se em valorizar tudo o que existe de bom nas conquistas terapêuticas, pois conhece o valor da saúde e da vida;
  • Busca soluções éticas para os inúmeros problemas enfrentados pela sociedade, soluções muitas vezes heroicas, que respeitam o Ser Humano na sua integridade e

 

*Do momento da concepção até a morte, em qualquer situação de sofrimento ou de saúde, a Pessoa Humana é o ponto de referência e a medida entre o lícito e o não lícito.